29 de junho de 2009

Publicidade e Infância no Jornal O Povo


No Jornal O Povo online tem algumas notícias sobre publicidade infantil, algumas até recentes. Escrita por Valeska Andrade que é coordenadora pedagógica do O POVO na Educação. Está bem interessante, visitem vale a pena!

O POVO ONLINE

28 de junho de 2009




Consumo e Adolescência - De quem é a culpa?

Da Publicidade?
Outra relevante questão a ser discutida no âmbito social é a influência da Publicidade nas relações de consumo, seu real reflexo na vida do consumidor, ou seja, como isso afeta sua satisfação e sua consagrada busca pela felicidade.
A constante evolução dos meios de comunicação permitiu a mensagem publicitária, percorrer de forma mais ampla e célere na esfera social, alcançando uma nova dimensão e atuando intensamente nos costumes e padrões do seu destinatário, apresentando o produto e sua finalidade.
Portanto, podemos constatar que a Publicidade é o link entre a produção e o consumo, nesse sentido ela age de modo informativo e de maneira persuasiva, criando um paralelo entre a abundância dos bens de consumo com o bem-estar e a auto-realização. A promoção dos produtos, agora, se confunde com a divulgação de valores, de culturas e de ideologias. Nessa corrente percebemos que, “o mundo virtual da publicidade interfere no mundo real das pessoas como um vírus que ataca os computadores e faz deletar propostas inteiras de vida e olvidar valores hauridos desde o limiar da existência”.

Fonte: Rafael Gondim D`halvor Sollberg


Consumo e Adolescência - De quem é a culpa?

Da Mídia?
Estava observando como as propagandas de TV têm um poder de convencimento voraz de tão sutil. Tenho a sensação que este processo de envolvimento do espectador faz parte de um "maligno" plano arquitetado para atrair como serpente os indivíduos que, carentes por alguns minutos de distração, se tornam presas fáceis dos grandes agentes midiáticos que, juntamente com empresas sedentas por lucros desenfreados, aprisiona o consumidor potencial, penetrando-o neste círculo vicioso de consumir, consumir, consumir... e consumir ainda mais!
Como não poderia deixar de ser, o trabalho é tão bem feito que é possível converter o indivíduo ao capitalismo de tal forma, que ele passa a ser mais um soldado deste exército da mediocridade.
Há um certo tempo temos percebido como os meios de comunicação tornaram-se o principal veículo de acesso das empresas ao consumidor. É nos canais da Mídia que essas grandes empresas exibem seus produtos e se estabelecem no cenário social apresentando sua marca e todos os “atributos” que fazem dela a melhor opção de escolha; tudo isso através de um cuidadoso processo de conquista que reiteradas vezes convida o consumidor a experimentar, inovar, enfim, ceder aos encantos do sedutor produto que a ele é apresentado.
A Mídia nas últimas décadas tem se revelado uma importante formadora de opinião, e não raro, a principal influenciadora da conduta do cidadão consumidor. Sem dúvidas, é com base nisso que nos últimos anos, as grandes empresas têm investido maciçamente em propaganda publicitária. É incrível como a publicidade se tornou um instrumento indispensável à competitividade na política de maximização de lucros e já desenvolveu as mais apuradas técnicas de convencimento do consumidor. Suas investidas são tão eficazes que se estima que em países como os EUA, o poder da indústria da propaganda é tão latente, que 1 em cada 6 dólares é gasto em Marketing.

Fonte: Blog-Reticências... Por uma atitude


Tudo o que vemos na mídia é o que queremos ver.TV se mostra cada vez mais como um espelho da sociedade. Desejamos outra coisa, desejamos ser diferente, por exemplo, pessoas mais cultas, mais interessadas na política, mas vemos outra, vemos o programa de moda, o horário da fofoca. Nem sempre o desejo é realizado ou possa ser.É uma eleição feita pelo povo para o povo.

Consumo e Adolescência - De quem é a culpa?

Dos Pais?
Visto que são os jovens que mais vêem televisão e que estão mais expostos aos anúncios publicitários, que mais frequentam os centros comerciais e que seguem mais o avanço das tecnologias, são estes que mais consomem ou que levem os adultos a consumir.
Mas nem sempre o consumismo é originado pelas vontades dos jovens. Muitas vezes, estes não têm os tempos livres ocupados com atividades extracurriculares e ficam em casa sozinhos e privados, com os pais ausentes, pois estes estão a trabalhar. Esta ausência paternal acaba por ser substituída pela companhia da televisão ou do computador onde estão sujeitos a todo o tipo de publicidade enganosa. E os pais, como forma de compensar o tempo que não estão em casa, acabam por satisfazer os caprichos dos filhos comprando tudo o que eles querem. É uma forma de se sentirem menos culpados por deixá-los tanto tempo sozinhos e por lhes darem pouca atenção. A mídia é capaz de produzir anúncios de consumo de prazeres bem mais elaborados que os anúncios de vícios de drogas ou criminalidade.

Consumo e Adolescencia - De quem é a culpa?

Da Sociedade? A par dos grupos sociais, a sociedade é outro factor de bastante importância. Cada vez mais a sociedade transmite aos jovens a necessidade de ter determinado acessório de última geração, ou de ter roupas de determinada marca, ou de comprar em maior quantidade, ou de seguir determinada moda. São estas “obrigações” impostas aos jovens, que levam estes a sentirem-se pressionados a comprar o que a sociedade acha que é o melhor. A publicidade hoje não vende só produtos, vende sonhos, ideais, atitudes e valores para a sociedade. Tudo o que vemos na mídia é o que queremos ver. Desejamos outra coisa, desejamos ser diferente, desejamos ser, por exemplo, pessoas mais cultas, mais interessadas na política, mas vemos outra, vemos o programa de moda, o horário da fofoca. Nem sempre o desejo é realizado ou possa ser. São nestas circunstâncias que o adolescente é levado a consumir em exagero. Muitas vezes compra roupa ou acessórios da última moda, sem necessidade. E em alguns casos, compram sem terem possibilidades financeiras. Contudo, para o adolescente em fase de afirmação estas compras são indispensáveis à sua vida. E para ser aceito no grupo ou para ter o status social isso pode até gerar adolescentes criminosos. Como por exemplo o caso a seguir:




Consumo e Adolescência (Tribos)

Alguns tipos de tribos.


EMOS: Com a chegada no Brasil influenciou também uma moda de adolescentes caracterizada música, pelo comportamento emotivo e tolerante, e também pelo visual, que consiste em geral em trajes pretos, Listrados, Mad Rats, Cabelos Coloridos e franjas caídas sobre os olhos.



PATRICINHAS: Caracterizada pelo consumo excessivo. A gíria “patricinha” foi inspirada em uma socialite carioca chamada Patrícia Leal. Em uma análise de questionários e entrevistas realizadas com adolescentes entre 15 e 19 anos, foi definido que o estilo de vida desse grupo se define em função tanto de seu comportamento quanto de seus hábitos de consumo.



Consumo e Adolescência (Tribos)



Jovens e sua tribo
Já não é só uma questão estética, mas também de relacionamento social principalmente nas escolas, na sua tribo urbana, na sua comunidade e isto começa cada vez mais cedo. Um dos fatores que tem grande influência no consumismo dos adolescentes é os grupos sociais. Estes grupos são importantes na medida em que, o desde que nascemos temos necessidade de interagir com outras pessoas para se desenvolver. Ao interagir com as outras pessoas vaimos nos inserindo num específico grupo, num grupo social que mais lhe agrada, que defende os seus ideais, um grupo com o qual ele se identifica.
Na fase da adolescência estes grupos têm uma grande importância. Como é nesta fase que o individuo procura a sua identidade, é junto destes grupos que o adolescente vai receber uma maior e melhor ajuda. Isto é, o ser humano quando chega à adolescência sente necessidade de definir a sua personalidade, de definir os seus objetivos, os seus gostos, os seus ideais. Então, vai ser junto dos amigos que vai encontrar respostas às suas dúvidas.
Até à adolescência, quem serve de modelos das crianças são os pais, ou seja, as crianças tendem a imitar e admirar um adulto, geralmente os pais. Quando chegam à adolescência, os pais perdem essa importância e passam a ser os amigos que são os modelos dos jovens. É perante o seu grupo que os adolescentes procuram definir a sua personalidade imitando os amigos que mais admiram.
A definição da personalidade não passa apenas pela imposição de ideais e de objetivos. Parte dessa definição é transmitida através da maneira de vestir de cada jovem. É nesta fase que entra o consumismo em exagero.
Este consumismo começa na fase de inserção num grupo social. Um jovem quando quer fazer parte de determinado grupo de amigos tem que se moldar à imagem que esse grupo transmite. Portanto, vai mudar os seus ideais de forma a estar de acordo com o que o grupo defende. E consequentemente, vai mudar o seu estilo, a sua aparência, o seu tipo de consumo para um estilo idêntico ao do grupo. É nesta mudança que o jovem é tentado a consumir mais. Primeiro para se integrar num grupo, depois para permanecer nesse mesmo grupo. Visto que já está integrado entre os amigos, vai sentir necessidade de ter aquilo que os outros têm. Se um amigo compra algum acessório novo, este vai ficar tentado a comprar um objeto igual.


27 de junho de 2009

Com quem está o controle

Video produzido pelo aluno Georgge Plutarco do Curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Católica do Ceará.



Consumismo Infantil, um problema de todos



Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou umas das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconseqüente. As crianças, ainda em pleno desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves conseqüências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação e uma poderosa influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família (TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza. A publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente pronto para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

Não é por acaso que o consumismo está relacionado à idéia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e freqüentes, foi porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconseqüente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.


Fonte: Akatu