18 de fevereiro de 2010
Cuidado ao falar
Por Rosely Sayão
"Os ouvidos não têm pálpebras, por isso não podemos nos proteger dos barulhos que não queremos ouvir." Essa frase, dita por uma professora de música em uma reunião de pais, me fez pensar muito na vida das crianças na atualidade.
Você já observou uma delas assistindo a um filme? Quando surge uma cena que ela não quer ver, fecha os olhos. Até adultos fazem isso. As pálpebras são uma espécie de proteção do sentido da visão: acionadas intencionalmente, nos protegem de visões que nos causam asco, medo ou repulsa, por exemplo. Desde cedo, a criança aprende a usar esse recurso.
Já do que se fala em seu entorno as crianças não podem se proteger. Hoje, os adultos não têm tomado muito cuidado quando conversam entre si perto de crianças e isso acontece por vários motivos. Um dos principais é que a presença da criança no mundo adulto foi quase naturalizada. De modo geral, não consideramos mais nocivo que ela participe de acontecimentos próprios da vida adulta. Para não sonegar informações que ela solicita ou que acreditamos que ela deva ter, lhe dizemos quase tudo.
O segundo motivo é que nós, adultos, estamos muito centrados em nossas próprias vidas.Quando queremos desabafar, tecer comentários diversos, contar segredos, tecer julgamentos de pessoas próximas ou com as quais mantemos relações impessoais, fazemos isso sem antes observar se há crianças por perto que estariam expostas ao que dizemos.
E, além de a criança absorver tudo sem ter maturidade suficiente para dar um sentido apropriado ao que ouve, ela fica sempre pronta a expressar o que ouviu, a qualquer hora e na frente de qualquer um, já que não é capaz de guardar segredos -o que coloca seus pais em situações constrangedoras.
Uma mãe me contou que, ao entrar no elevador com a filha de cinco anos, encontrou-se com uma vizinha. De pronto, a menina disse em alto e bom som: "Mãe, é dessa mulher que você não gosta?" Nem é preciso dizer o clima que se instalou entre as duas, que convivem no mesmo prédio.
Em uma escola de educação infantil, a professora acabara de contar uma história que falava em pesadelos e sonhos. Uma criança disse que a mãe sempre tinha pesadelos porque gemia à noite e, na sequência, outras crianças comentaram o mesmo a respeito dos pais.
Nossa preocupação deve ser com o que a criança ouve e passa a fazer parte de sua formação ou deformação, em alguns casos moral, tanto quanto com aquilo a que ela dá um sentido que interfere radicalmente em sua vida psíquica e emocional.
Um garoto de nove anos entrou em estado de apatia porque ouviu seus pais tratarem de sua transferência de escola. A mãe disse que talvez fosse melhor uma escola mais fácil porque ele não era tão inteligente quanto o irmão mais velho.
Já que não conseguimos controlar tudo o que a criança ouve, podemos ao menos poupá-la dos ruídos indesejáveis a ela. Para tanto, precisamos ser mais cuidadosos na presença dos mais novos.
Rosely Sayão* é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
Folha de S. Paulo, Equilíbrio, 18/2/2010
EUA começam campanha contra obesidade infantil
Uma em cada três crianças nos Estados Unidos está obesa ou acima do peso. O índice é o mesmo entre os adolescentes. Dois estudos divulgados recentemente, nos Estados Unidos, mostraram como é importante prestar muita atenção na alimentação das crianças, ainda nos primeiros anos de vida. A reportagem é de Lília Teles.
Uma em cada três crianças nos Estados Unidos está obesa ou acima do peso. O índice é o mesmo entre os adolescentes. Um dos estudos analisou 111 crianças que estavam com o peso acima do recomendável. Os pesquisadores descobriram que mais da metade delas ficou obesa antes de completar 2 anos. E 90%, antes dos 5 anos.
O outro estudo acompanhou, durante algumas décadas, quase 5 mil crianças indígenas americanas desde que elas tinham, em média, 11 anos de idade. Elas foram divididas em dois grupos. Em um deles, as crianças tinham grande quantidade de gordura corporal. No outro, estavam dentro do peso recomendável.
No grupo das que estavam acima do peso, a incidência de morte prematura, antes dos 55 anos de idade, foi duas vezes maior. A médica Helen Looker afirma que o estudo provou que a obesidade na infância é ainda mais grave do que a diabetes, e pode ter graves reflexos na saúde durante toda a vida, tendo como uma das conseqüências, a morte prematura.
Os pesquisadores lembram que, para evitar problemas no futuro, os hábitos alimentares de uma criança devem ser melhorados antes mesmo de ela completar 2 anos de idade. A primeira-dama americana, Michelle Obama, se engajou na luta contra a obesidade infantil. A campanha “Vamos nos Mover” vai mudar a refeição nas escolas e incrementar a educação física.
“Nós não queremos que as crianças de hoje olhem para trás e perguntem por que não foram ajudadas quando mais precisavam”, disse Michelle.
Fonte: Jornal Nacional
Campanha da Fraternidade alerta contra consumismo
A Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, ficou lotada para a missa de lançamento da campanha. Além dos católicos, participam as igrejas Luterana, Anglicana, Presbiteriana Unida e Sírian Ortodoxa.
A Campanha da Fraternidade, lançada nesta quarta-feira, une igrejas cristãs em um alerta contra o consumismo e por uma economia justa e solidária. A Catedral da Sé, no Centro de São Paulo, ficou lotada para a missa de lançamento da campanha.
“Uma festa da família cristã, da família ecumênica, pois, pela terceira vez, nós realizamos a Campanha da Fraternidade ecumênica”, disse o pastor Carlos Möller Além dos católicos, participam as igrejas Luterana, Anglicana, Presbiteriana Unida e Sírian Ortodoxa. O tema interessa a todo mundo: economia e vida.
A igreja defende que as riquezas sejam melhor distribuídas. Que não se pense só no lucro, mas também nas necessidades da população. E que o meio ambiente seja preservado. A campanha também se preocupa com a armadilha dos juros altos e o desperdício.
“A questão do consumismo, por exemplo, é uma questão que se põe seriamente. O consumo desenfreado de bens supérfluos que naturalmente a produção de bens pesa de novo sobre a natureza”, declarou o cardeal Dom Odilo Scherer.
A estagiária Débora Souza está no primeiro emprego, mas já sabe usar o salário de forma responsável. Ela ajuda em casa, abriu uma poupança pensando na faculdade e nunca paga juros.
“Guardei dois meses um dinheiro. Falei vamos pagar a vista. Ganhei um desconto e estou com meu celular, não estou endividada”, contou. Essas lições Débora aprendeu com voluntários de uma ONG, como Natalício Costa: “O dinheiro pode trabalhar a seu favor como ele pode trabalhar contra. Então, na verdade, é usar conscientemente”, explicou.
Fonte: Jornal Nacional
10 de fevereiro de 2010
Privação e Delinqüência
Este vídeo trata da indução da criança à delinqüência e à violência pela publicidade, uma vez que os apelos comerciais atingem igualmente as crianças que não têm condições de adquirir os produtos e serviços anunciados.
Ficha técnica
Nome: Privação e Delinqüência, da série Pare. Pense!
Criação: Projeto Criança e Consumo (Carlos André Migliorini e Maria Helena Masquetti)
Direção de arte, design e animação: Rita Figueiredo
Trilha sonora: Webster Santos
Locução: Lori Santos
Duração: 30 segundos
Data de lançamento: 27/06/2008
Projeto Cirança e Consumo do Instituto Alana.
8 de fevereiro de 2010
Programas infantis de TV vão reforçar aulas
Prefeitura de SP usará vídeos e cadernos com turma do Cocoricó para tentar melhorar ensino de português e matemática.Parceria feita com Fundação Padre Anchieta, que mantém a TV Cultura, vai atender 500 mil crianças dos nove anos do ensino fundamental
Júlio tem oito anos e vai ensinar as crianças a ler, escrever e contar. Terá a ajuda do cavalo Alípio, da vaca Mimosa e das galinhas Zazá, Lola e Lilica.A partir de março, os personagens do programa infantil Cocoricó vão entrar nas salas de aula da rede municipal de ensino de São Paulo em vídeos e cadernos de atividades.
A turma do Cocoricó e personagens de outros programas da TV Cultura foram escalados para a tarefa de reforçar a qualidade do ensino de língua portuguesa e matemática de cerca de 500 mil crianças dos nove anos do ensino fundamental.O projeto é uma parceria entre a prefeitura e a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura. Foram criados exercícios complementares à atividade didática, algumas acompanhadas de vídeos. "X-Tudo" e o "Sr. Brasil" Rolando Boldrin, por exemplo, estão na lista. São mais de 60 vídeos.
Mas o que mais chama atenção é mesmo o Cocoricó, que será usado nas atividades até o terceiro ano. Os filmes selecionados para as salas de aula foram gravados antes do encerramento do contrato com a equipe de produção do Cocoricó. A TV Cultura informou que o programa voltará a ser produzido no segundo semestre.
Na primeira aula de matemática para o primeiro ano, Júlio conhece o menino Lucas, que conta tudo o que vê pela frente (carros, pessoas, andares de prédios). E, como uma brincadeira, os dois vão contando de trás para a frente, de frente para trás, de dois em dois, e a criançada vai aprendendo a sequência dos números e tendo noções de ordem de grandeza.
"Foi o vídeo que eu mais gostei", afirmou o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider. É um episódio de cinco minutos feito especialmente para o projeto. Mas muita coisa foi aproveitada do próprio acervo da TV Cultura, sempre seguindo a grade curricular da rede municipal.
"Todo o material foi pensado levando em conta as dificuldades detectadas nas provas de avaliação", disse Fernando Almeida, vice-presidente da Fundação Padre Anchieta e secretário de Educação no início da gestão Marta Suplicy (PT).
O material está sendo impresso e será distribuído em março para ser usado pelo menos duas vezes por semana em salas de aula. Nos livros dos professores os DVDs virão encartados e poderão ser exibidos nas salas de aula ou de leitura.O material será atualizado anualmente, com a participação dos professores que trocarão informações por meio de um portal. E, para 2011, Schneider e Almeida já pensam em materiais também de ciências, inglês, história e geografia.
O projeto pode ser estendido para outros cidades e Estados, mas o material feito para São Paulo deve continuar de uso exclusivo. "Tem muitos exemplos de São Paulo: o Ibirapuera, o trânsito, as ruas. Não dá pra usar isso em outro lugar", afirmou Almeida.
Fonte: Instituto Alana / Folha de S. Paulo, Cotidiano, 7/2/2010
Dica de Blog
Encontrei um blog muito interessante sobre infãncia e erotização. No blog contem além do tema principal temas como consumo, desaperecimento de crianças, adolescência entre outros. Vale a pena conferir!
"Sobre o blog e sobre a campanha Diga Não À Erotização Infantil
Somos um grupo que busca proteger nossas crianças e apoiar a infância através de um trabalho voluntário na Internet. Defendemos o combate a pedofilia, o fim da erotização e consumismo infantil, a luta contra prostituição e exploração infantil e o fim dos maus tratos às crianças, defendemos a punição dos responsáveis por atos hediondos contra crianças, penas mais severas e a participação efetiva dos governantes para acabar com estes crimes contra o futuro. Nosso objetivo é informar as famílias para que protejam suas crianças contra estes males, divulgando informações sobre estes acontecimentos e tentando localizar nossas crianças perdidas."
Link: Diga não á erotização infantil
Pesquisa revela que bater não é a melhor forma de educar os filhos
Apesar de já ter sido condenado por inúmeros profissionais que lidam com a infância como pedagogos e psicólogos, punir os filhos com tapas, chineladas ou puxões de orelhas ainda acontece em muitos lares.
Um estudo realizado pelo Instituto Promundo, organização não-governamental brasileira, ouviu pais e crianças para compreender melhor como eles veem o fenômeno dos castigos físicos e humilhantes. O trabalho denominado Crianças Sujeitos de Direitos apontou que as crianças relataram como piores castigos a palmada no braço; ficar de castigo no banheiro; ficar de castigo no quarto; tapa na cabeça; paulada; puxão de orelha e chinelada.
Já cerca de 63% dos entrevistados afirmaram também que "crianças de que não apanham ficam sem limites". Para a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), Mirna Aparecida, apesar de a população estar mais esclarecida quanto à diferença entre punir e educar, muitos pais continuam agredindo seus filhos.
4 de fevereiro de 2010
Pausa no Comercial
A publicidade deve ser proibida para crianças?
Pesquisas apontam que, no Brasil, as crianças influenciam em até 80% as decisões de consumo das famílias. E o mercado publicitário faz de tudo para vender toda sorte de produtos aos pequenos.
Alegando que essa overdose de publicidade é danosa para as crianças, um projeto em votação na Câmara dos Deputados quer proibir a propaganda voltada para jovens de até 12 anos na TV. Para os contrários à lei, a proibição é uma medida autoritária e inútil.
E VOCÊ, COMPRA QUAL IDEIA?
SIM
As crianças não têm maturidade suficiente para se proteger da persuasão exercida pela publicidade, sendo facilmente seduzidas para o consumo. O Estado tem a obrigação de interferir para defender o público infantile dessa lavagem cerebral publicitária. Ainda mais quando esse estímulo é feito por meio de uma concessão pública, que é a televisão.
Os abusos da publicidade contribuem para a obesidade infantil. Pesquisas comprovam a relação entre os comerciais de alimentos e o sobrepeso infantil. Um estudo do National Bureau of Economic Research, nos EUA, mostrou que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, o número de crianças gordinhas seria quase 20% menor.
Com campanhas milionárias, repetidas à exaustão, a publicidade acaba anulando a autoridade dos pais, que ficam reféns das demandas consumistas criadas nos filhos. O resultado são crianças frustradas e em conflito com a figura paterna.
A necessidade de regulamentar a publicidade infantile é um consenso mundial. E a maioria dos países desenvolvidos já adotou legislações restritivas. Na Suécia, por exemplo, é vetado qualquer tipo de propaganda para crianças. Inglaterra, Alemanha, Espanha e Canadá também têm leis severas contra o oba-oba publicitário
NÃO
Não se pode privar um jovem de informação, seja de que tipo for. Ele só terá maturidade se for educado para ter uma visão crítica sobre tudo com o que entra em contato, como uma propaganda. Nesse sentido, a solução para controlar o consumismo infantil é a educação, e não a restrição. Se o mal fosse a exposição de produtos, deveríamos proibir também as vitrines em lojas.
A obesidade não é causada pela propaganda, mas, sim, por uma série de fatores, desde socioculturais até genéticos. O que falta é uma boa educação alimentar. Não adianta impedir a publicidade de alimentos gordurosos se, em casa, a galera vê os pais enchendo a pança de frituras.
Em um sistema democrático, não pode ser delegado ao Estado o poder de decidir sobre os hábitos de consumo de um indivíduo. A conscientização de uma criança nasce da boa orientação passada pelos pais, e não de uma norma imposta por decreto.
Ninguém questiona que as propagandas abusivas devam ser controladas. A questão é que já há mecanismos eficientes para isso no Brasil. O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar) tem uma resolução que trata do cuidado com público infantil, e nosso Código de Defesa do Consumidor é um dos mais avançados do mundo
Por: Fernando Salla
Revista Mundo Estranho – 01/2010
Fontes:Stalimir Vieira, especialista em publicidade infantil da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP); Isabella Henriques, advogada e coordenadora do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, em SP; estudo do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição, da Universidade de Brasília (UNB); assessoria da I Conferência Internacional de Marketing Infantil, em SP
Fonte da fonte: Planeta Sustentável
VT Eu também posso fazer
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